Trigo fecha em forte baixa em Chicago pressionada por dólar e ampla oferta

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    Porto Alegre, 21 de setembro de 2023 – A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais baixos. O mercado foi pressionado pela elevação do dólar e pela ampla oferta global no curto prazo.

    A moeda norte-americana atingiu o maior nível em seis meses após o Fed, o banco central dos Estados Unidos, indicar uma política monetária restritiva por mais tempo, o que gerou um movimento de aversão ao risco. A alta do dólar tira a competitividade do produto estadunidense, já pouco atrativo em relação ao russo.

    A disponibilidade de trigo supera a demanda no momento, uma vez que Estados Unidos, Europa e Rússia colheram grandes quantidades. Canadá, Austrália e Argentina, que colhem a partir do final do ano, são observados de perto, uma vez que suas safras sofrem com o clima seco. Com isso, o Conselho Internacional de Grãos (CIG) cortou sua projeção para a safra global de trigo em 2023/24 em 1 milhão de toneladas para 783 milhões.

    Além disso, os investidores digeriram as vendas líquidas norte-americanas de trigo, referentes à temporada comercial 2023/24, com início em 1o de junho, que ficaram em 307.700 toneladas na semana encerrada em 14 de setembro. As Filipinas lideraram as importações, com 73.500 toneladas. Para a temporada 2024/25, foram mais 14 mil toneladas. Analistas esperavam exportações entre 250 mil e 600 mil toneladas, somando-se as duas temporadas. As informações são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

    O mercado vem sendo pressionado pela ampla oferta da Rússia, mas analistas ainda observam com cautela o conflito no Mar Negro. Operações de hedge por parte de fundos especulativos também podem causar novas altas. A aposta é de que o abundante cereal russo possa manter o mercado em patamares mais baixos. Especialistas alertam que os preços estão abaixo do normal, o que aumenta o risco de que eventos inesperados que afetem o fornecimento acarretem saltos nas cotações.

    No fechamento, os contratos com entrega em dezembro eram cotados a US$ 5,75 3/4 por bushel, baixa de 13,00 centavos de dólar, ou 2,2%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em março de 2024 eram negociados a US$ 6,02 1/4 por bushel, recuo de 12,50 centavos, ou 2,03% em relação ao fechamento anterior.

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     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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