Porto Alegre, 9 de novembro de 2023 – O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, enfatizou os recentes avanços do Brasil na questão fiscal durante sua participação no evento Reuters Next nos Estados Unidos nesta quinta-feira. Ele citou a aprovação da reforma tributária pelo Senado como um exemplo positivo, destacando que “o Brasil mostrou avanços recentemente na questão fiscal”.
No entanto, Campos Neto não deixou de abordar as incertezas que pairam sobre as contas públicas e seu impacto potencial na rota da taxa Selic. Em meio às pressões no governo para romper com a meta de déficit zero estabelecida para 2024, o presidente do BC ressaltou que “há muita incerteza se teremos um caminho fiscal sustentável, e isso afeta a política monetária”.
O presidente do BC reiterou a ausência de uma “relação mecânica” entre as políticas fiscal e monetária, enfatizando a importância de analisar como a política fiscal impacta fatores que, por sua vez, influenciam as decisões de política monetária. Ele lembrou que, durante a elaboração do arcabouço fiscal, muitas críticas foram feitas por considerá-lo “muito frouxo”.
Campos Neto também abordou a situação no cenário internacional, mencionando que “há muitas incertezas” e que o caminho da inflação global não é fácil de prever. Sobre a guerra entre Israel e o Hamas, o presidente do BC comentou que o preço das commodities “não subiu tanto” até o momento. “O relevante para nós é quanto subirá e como isso nos afeta”, apontou, ressaltando que acredita que “o Brasil está em uma posição mais segura por ser uma potência agropecuária”.
Quanto ao instrumento de proteção cambial em elaboração pelo BC e pelo governo federal, Campos Neto apontou o desafio do preço do instrumento no Brasil. “Não é que não temos”, disse. “Estamos tentando oferecer um hedge mais barato”, completou. Ele observou que “não temos uma solução ainda, mas estamos trabalhando” junto ao governo federal.
As informações são da Agência CMA.
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Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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