Preços ao produtor mensal sobem 0,91% em novembro – IBGE

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     Porto Alegre, 8 de janeiro de 2020 – Em novembro de 2019, os preços da indústria aumentaram 0,91% na comparação com outubro (0,60%). O acumulado no ano ficou em 4,55% e nos últimos 12 meses em 2,92%, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro, 15 das 24 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços. Consulte o material de apoio do Índice de Preços ao Produtor (IPP) para mais informações.

     As quatro maiores variações observadas em novembro foram nas seguintes atividades industriais: indústrias extrativas (4,86%), alimentos (3,48%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,88%) e outros equipamentos de transporte (1,77%). Em termos de influência, os destaques foram nas indústrias de alimentos (0,79 p.p.), extrativas (0,22 p.p.), metalurgia (-0,08 p.p.) e outros produtos químicos (-0,07 p.p.).

     Em novembro, o acumulado no ano (novembro de 2019 contra dezembro de 2018) atingiu 4,55%, contra 3,61% em outubro de 2019. As atividades que tiveram as maiores variações percentuais neste indicador foram indústrias extrativas (16,53%), refino de petróleo e produtos de álcool (15,82%),papel e celulose (-11,38%) e farmacêutica (10,57%). Já os setores de maior influência foram alimentos (1,72 ponto percentual), refino de petróleo e produtos de álcool (1,47 p.p.), indústrias extrativas (0,69 p.p.) e outros produtos químicos (-0,42 p.p.).

     No acumulado em 12 meses (novembro de 2019 com novembro de 2018), a variação de preços foi de 2,92%, contra 0,33% em outubro de 2019. As quatro maiores variações de preços ocorreram em papel e celulose (-11,47%), outros equipamentos de transporte (10,15%), farmacêutica (10,10%) e alimentos (9,85%).

     A variação de preços de 0,91% na comparação de novembro com outubro repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 0,38% em bens de capital; 0,34% em bens intermediários; e 1,82% em bens de consumo (sendo que 0,45% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 2,11% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis). Já a influência foi 0,03 p.p. de bens de capital, 0,18 p.p. de bens intermediários e 0,70 p.p. de bens de consumo (0,67 p.p. bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,03 p.p. nos bens de consumo duráveis).

     As variações acumuladas no ano das grandes categorias econômicas foram 5,91% de bens de capital (com influência de 0,44 p.p.), 2,72% de bens intermediários (1,49 p.p.) e 6,91% de bens de consumo (2,62 p.p.). No último caso, o resultado foi influenciado em 0,31 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 2,32 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis. Já em relação aos últimos 12 meses, as variações foram bens de capital (7,27%), bens intermediários, (-0,16%) e bens de consumo (6,92%). A seguir os principais destaques:

Indústrias extrativas: em novembro, os preços do setor avançaram 4,86% na comparação com outubro, a maior variação dentre todos os setores analisados na pesquisa. O acumulado no ano ficou em 16,53%, sendo esta também a maior variação observada dentre todas as atividades da indústria geral. Em relação aos últimos 12 meses, o setor também acumula variação positiva de 7,06%. Em termos de influência, as indústrias extrativas foram a segunda maior na variação mensal (0,22 p.p. em 0,91%) e a terceira maior no acumulado do ano (0,69 p.p. sobre 4,55%).

     Dos cinco produtos analisados, três tiveram resultados positivos em novembro “minérios de cobre e seus concentrados, em bruto ou beneficiados”, “minérios de ferro e seus concentrados, em bruto ou beneficiados, exceto pelotizados ou sinterizados” e “óleos brutos de petróleo”, este último devido à variação do preço do óleo no mercado internacional. Apenas os preços de “gás natural, liquefeito ou no estado gasoso” recuaram no período.

Alimentos: em novembro, os preços da atividade variaram, em média, 3,48%, maior resultado desde setembro de 2015 (5,47%). Com esse resultado, o acumulado no ano foi para 7,67%, superior ao de novembro de 2018 (6,10%). Além de ser a atividade com a maior contribuição entre todas as atividades da indústria (24,26%), foi a primeira em influência tanto na comparação mensal, 0,79 p.p. em 0,91%, quanto no acumulado no ano, 1,72 p.p. em 4,55%.

     Entre os produtos, destaques para carnes bovinas, suínas e aves, devido ao estímulo às exportações desses produtos ao longo de 2019 por conta dos problemas de abastecimento interno na China e a depreciação do real. Os efeitos do câmbio também recaíram sobre outros produtos da pauta de exportação, como “resíduos da extração de soja” e “açúcar VHP (very high polarization)”, destaques em termos de influência.

Refino de petróleo e produtos de álcool: depois de dois meses com resultados positivos, a variação média de preços foi de -0,47% na comparação de novembro com o mês anterior. Com isso, o acumulado no ano ficou em 15,82%. Nos últimos 12 meses, os preços mais recentes estavam 4,99% maiores que os do ano anterior. A título de comparação, em novembro de 2018, os preços eram 18,67% maiores que os de novembro de 2017. O destaque dado ao setor se deveu ao fato de ter sido a segunda maior variação no acumulado e a segunda maior influência no mesmo acumulado (1,47 p.p. em 4,55%).

     Dos quatro produtos que mais influenciaram o resultado, apenas a variação de “óleo diesel” (o de maior peso no cálculo do setor, 40,74%) foi negativa. Completam essa lista os seguintes produtos: “álcool etílico (anidro ou hidratado)”, “gasolina, exceto para aviação” e “gás liquefeito de petróleo (GLP)”.

Outros produtos químicos: em novembro, os preços do setor variaram, em média, -0,81%, quinta variação negativa observada ao longo do ano. No acumulado, a variação ficou em -4,88% e, na comparação com os últimos 12 meses, foi de -8,04%. O grande responsável pelo resultado do mês foram os preços do grupo de produtos denominado “produtos químicos inorgânicos”, o qual alcançou -2,48%.

     Os quatro produtos de maior influência na atividade somaram juntos -0,56 p.p., em -0,81% no resultado da comparação novembro/outubro, foram: “adubos ou fertilizantes minerais ou químicos, fosfatados”, “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, “propeno (propileno) não saturado” todos com resultados negativos e “polietileno de baixa densidade (PEBD)” com resultado positivo. Os dois primeiros produtos fazem parte dos “produtos químicos inorgânicos” e explicam o destaque a esse grupo. Esse grupo apresentou uma variação negativa de 11,40% no acumulado do ano enquanto a atividade como um todo acumulou no ano -4,88%.

Metalurgia: os preços médios do setor variaram -1,41% na comparação de novembro contra outubro. Foi o quinto resultado negativo em 2019. Com isso, o acumulado no ano registrou -1,13% e em 12 meses -2,98%. Em novembro de 2018, o acumulado no ano havia ficado em 15,68% e o acumulado em 12 meses, em 16,54%.

     O resultado de novembro decorreu, principalmente, dos produtos cujos preços dependem dos valores praticados no mercado internacional (especialmente os derivados de alumínio), da taxa de câmbio e dos produtos do grupo de metalurgia de matérias não ferrosos e de siderurgia.

     Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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