Todos os fundamentos do arroz apontam para trajetória altista em 2023

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    Porto Alegre, 30 de dezembro de 2022 – Após longo período de margens apertadas, os preços chegaram na reta final de 2022 estabilizados em um patamar mais favorável ao rizicultor. Na Região Central do Rio Grande do Sul, indicativos entre R$ 86,00 e R$ 89,00 por saca de 50 quilos do cereal em casca livre ao produtor. Na Fronteira Oeste, cotações entre R$ 89,00 e R$ 92,00, enquanto no porto os preços ficam entre R$ 96,00 e R$ 98,00 por saca. No Litoral Norte, negócios pontuais seguem sendo reportados por até R$ 100,00 por saca.

    Sendo fator determinante para a elevação dos preços internos nos últimos meses, as exportações do cereal agora demonstram certa ressaca após vendas externas atingirem níveis recordes na temporada. Em um momento de incertezas, o câmbio tem apresentado forte volatilidade, chegando a ser cotado a R$ 5,11 recentemente, o que tem reduzido a competitividade do cereal brasileiro e freado o ímpeto exportador, explica o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira.

    Com produto mais barato e os trabalhos de colheita iniciando em breve, as importações brasileiras de arroz devem avançar e as primeiras cargas de arroz paraguaio da nova safra começam a chegar ainda na primeira quinzena do mês de janeiro, lembra o analista.

    Em meio aos recessos de fim de ano, a cadeia produtiva entra em um período de menor demanda interna e as empresas começam os preparos para receber a entrada da colheita. Enquanto isso, com cotações menos competitivas no exterior e consumo estagnado, os negócios devem seguir escassos, prevê o consultor.

    Ainda assim, embora no curto prazo o mercado permaneça arrastado e com pouca oscilação nas cotações, a expectativa é de preços mais atrativos e margens mais satisfatórias aos rizicultores no ano de 2023. Tanto no cenário nacional quanto no internacional, os fundamentos apontam para uma trajetória altista para o arroz, pondera Oliveira.

    Com menor oferta e estoques cada vez mais apertados, ao longo de 2023 os indicativos devem apresentar médias mais elevadas e condições mais favoráveis aos produtores. De maneira geral, a tendência é de um primeiro semestre mais voltado às importações, com as exportações, novamente, ganhando força no segundo semestre de 2023, a depender do câmbio, destaca. Para o novo ano que vem chegando, a expectativa é de uma manutenção dos preços em patamares superiores, onde a gestão dos custos e da oferta por parte dos produtores deve ser um fator determinante para a garantia de bons resultados, finaliza.

Veja também uma entrevista com o analista de Arroz da SAFRAS & Mercado sobre as perspectivas para 2023

Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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