Negócios no boi andam de lado no Brasil em outubro, sem grandes altas nos preços

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Porto Alegre, 3 de novembro de 2023 – O mês de outubro foi pautado por um movimento bastante lateralizado no mercado brasileiro do boi gordo, sem grande apelo para alta. No entanto, de acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, os frigoríficos também não encontraram as condições necessárias para exercer pressão sobre o mercado. Na avaliação do analista, o mercado “não saiu do lugar” em outubro, trabalhando desde o final de setembro até o final do mês passado na mesma batida.

Neste início de novembro já se observa uma tentativa maior de pressão por parte dos frigoríficos, mesmo que não tenham conseguido grandes avanços nas escalas de abate no decorrer da semana. Vale mencionar, contudo, que o feriado prolongado acaba quebrando o ritmo dos negócios.

No último bimestre do ano, período pautado pelo auge no consumo de carne bovina, Iglesias afirma que a demanda esperada no mercado interno aparece como um fator de suporte, especialmente considerando a entrada dos salários e do décimo terceiro salário na economia como fatores motivadores da reposição ao longo da cadeia produtiva.

Preços internos

Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo foi de R$ 230,00, queda de 4,17% frente aos R$ 235,00 praticados no fechamento de setembro. Em Dourados (MS), a arroba foi cotada em R$ 225,00 na modalidade a prazo, queda de 4,26% frente aos R$ 235,00 registrados no fechamento de setembro.

Em Cuiabá (MT), a arroba subiu 5,00% ao longo de outubro, de R$ 200,00 para R$ 210,00. Em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 235,00 por arroba, avanço de 2,17% frente aos R$ 230,00 registrados no fim de setembro. Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 230,00, avanço de 2,22% frente aos R$ 225,00 praticados no fechamento de setembro.

Preços dos cortes do traseiro reagem no mercado atacadista

Iglesias destaca que os preços dos cortes do traseiro avançaram 1,18% ao longo de outubro, de R$ 17,80 para R$ 18,00, em meio à expectativa de uma demanda mais aquecida nos meses finais do ano. Já os cortes do dianteiro, diante da maior concorrência com a carne de frango, acabaram tendo uma desvalorização de 7,14%, passando de R$ 14,00 para R$ 13,00.

Exportações

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 855,884 milhões em outubro (21 dias úteis), com média diária de US$ 40,756 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 186,204 mil toneladas, com média diária de 8,866 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.596,50.

Em relação a outubro de 2022, houve baixa de 29,7% no valor médio diário da exportação, queda de 10,6% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 21,4% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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